domingo, 30 de abril de 2017

Entrevista



Foi um pouco complicado achar alguém com quem eu quisesse fazer entrevista, mas ontem acabei indo viajar para o interior e encontrei um tio meu de quem gosto muito e aproveitei a oportunidade. O entrevistado foi Antônio Júlio da Silva (74 anos) e perguntei sobre sua formação na escola, como era na sua época, se ainda lia alguma coisa, se gostava da tecnologia, se usava alguma, se achava bom ou ruim todo mundo ter celular hoje em dia e se ele achava que isso ajudava ou atrapalhava os jovens de hoje.  

Seu Antônio disse que frequentou a escola até a quarta série, pois teve que ir trabalhar cedo em um supermercado, mas depois que o estabelecimento faliu ele teve a ideia de abrir um passaporte na cidade em que morava, sempre se deu muito bem com números. Disse que os professores eram muito gidos e  tinham até palmatória e nenhum aluno ousava responder ou desafiar o professor. Essa era a psicologia da época, e atualmente, apesar de dizer que não concorda com as práticas antigas afirma que não havia tantos bandidos quanto hoje. 

Ao ser questionado se lia alguma coisa diariamente disse que, por ser criado numa família muita religiosa, adquiriu o hábito de sempre ler a bíblia, que aprender com seu pai. Já foi coroinha, auxiliava o padre na missa e cantou no coral da igreja. 

Em suas palavras, disse que é "um matuto que gosta do "Zap"  mas o Facebook é difícil" manda vídeos de piadas e brincadeiras para todos seus amigos e familiares. Comentou que seus netos o ajudam, principalmente os menores, a descobrir as coisas do celular e passa o dia rindo com as mensagens. 

Para seu Antônio ter celular é muito bom porque a comunicação ficou mais fácil já que antes tinha que mandar telegrama. Quando ia viajar para São Paulo para a casa de seus irmãos mandava um telegrama que demorava  muito para chegar, nem lembro quanto tempo, disse ele. 



             Hoje com a internet temos acesso rápido a qualquer informação.




Segundo seu Antônio o celular ajuda e atrapalha porque hoje os netos dele não querem saber nem de ler, só de estar no "zap", eles não querem mais calcular nada, pois tudo é no celular. 
Ao dizer que a entrevista já tinha acabado ele me perguntou se podia fazer uma piada e me contou a do gato : 

"Um homem tinha um gato e não gostava dele, então resolver levar o gato pra bem longe, saiu um dia e levou o gato, só que o gato voltou. Levou outro dia pra mais longe ainda e o gato voltou de novo. Aí ele resolveu levar pra um lugar muito longe, mas acabou se perdendo na volta pra casa e depois de muito procurar o caminho de casa achou um orelhão e ligou pra mulher pegando pelo gato. Ela "já faz dois dias que ele 
chegou". 



Resenha: It ends with us




RESENHA: It ends with us






Título: It ends with us
Autor: Colleen Hoover
Páginas: 384
Ano: 2016



Uma grande parte de mim está se arrependendo nesse exato momento por ter escolhido esse livro. Uma grande parte de mim diz que isso é um erro. Uma grande parte de mim sabe que vou chorar escrevendo. Uma grande parte de mim não dá a mínima para isso.

Quando se fala de Colleen Hoover não me importo nem de saber o nome da obra, apenas penso "quero". Eu já estava com esse livro desde o final do ano passado, mas me recusava a lê-lo, porque já tinha tido minha dose de ressacas literárias para uma vida em 2016. Hoover mora no Texas (EUA) com o marido e os três filhos. Sua história por si só já dava um livro, de certa forma deu: It ends with us é seu mais recente trabalho e, segundo a autora, o mais difícil de escrever. 


Prometi a mim mesma que de Janeiro não passaria e bom...Aqui está o resultado: depois de meses me negando até mesmo a pronunciar o nome desse livro, eu precisava escrever sobre ele; precisava extravasar todos os sentimentos que me deixaram desesperada.


It ends with us não era absolutamente nada do que estava esperando até porque eu não sabia muito sobre, não tinha lido a sinopse e, pela primeira vez, consegui me segurar e não pegar nenhum spoiler. Comecei a ler esse livro às cegas.


Nesse livro, temos três grandes personagens: Lily, Rely e Atlas. Não é um livro de romance ou um triângulo amoroso. É um livro sobre dor, sobre a dor alheia e sobre quando a dor do outro; a realidade do outro passa a ser nossa. 

Sabe quando dizemos que nunca vamos passar por certos tipos de situações em nossas vidas? Nós até juramos "eu nunca deixaria isso acontecer" e quantas dessas tantas promessas foram quebradas?

De resenhas sem spoiler a internet está cheia, então, se não quiser saber mais nada a respeito, feche a página e procure outra coisa para fazer, porque a partir de agora eu vou contar o que nenhum outro blog até então contou.

Lily passou toda a sua infância tendo que ver sua mãe sendo agredida pelo próprio pai, o prefeito da cidade em que morava. O homem que devia protegê-la, que devia ser seu exemplo, era, no entanto, o homem que ela mais temia.

O livro começa em um dia muito propício: o dia do funeral do pai de Lily, e quando subiu ao palanque para falar de todas as coisas graciosas que o melhor prefeito já tinha feito pela cidade ela apenas deu um passo para trás e sentou-se.

Isso me faz lembrar uma música chamada Daughters do músico norte-americano John Mayer. Em um dos versos da canção ele diz:

"Agora ela está perdida
limpando a bagunça que ele deixou."

E é exatamente assim que ela se sente e o pior de tudo é quando a própria pessoa não consegue perceber isso, quando ela tenta levar a vida com todas as cicatrizes abertas, expostas e não nota o caminho que está tomando.


Não pense que tudo isso acontece de forma rápida e que já vamos adivinhar o final da história nos primeiros cinco capítulos, porque não vamos. Esse livro é lento para mostrar para que veio, para que foi escrito, para fazer sentido para o leitor.


A escrita da autora é simplesmente sensacional. Não tem como questionar isso, se tem alguém que tem o dom com palavras esse alguém é Colleen Hoover, a maestria com que ela apresenta os fatos é de tirar o fôlego.

Assim como em Garota Exemplar que está  resenhado no blog Books & Stuffs do meu amigo Gabriel temos críticas severas a sociedade e principalmente a nós mesmo que nos julgamos ditadores de opiniões absolutas, que sempre achamos ter certeza de tudo. It ends with us foi um baque, foi um "tapa na minha cara".


It ends with us em tradução livre de "Isso termina com a gente" infelizmente ainda não chegou ao Brasil.

 Um livro sensível que nos  mostra um relato de dor e sofrimento principalmente para as mulheres. Por isso, todas as mulheres deveriam ler esse livro.  Já li essa frase em tantas resenhas que já se tornou uma espécie de regra colocá-la. 

"Toda noite eu choro antes de dormir sussurrando para mim, " Só continue a nadar". Mas é extramente difícil nadar quando você sente que está ancorada na água."

Por último e não menos importante recomendo a todos os leitores que não percam a nota que a autora escreveu no final do livro, pois assim a última peça do quebra-cabeças fará todo sentido. Teremos montado um com mil peças. Uma obra-prima para contemplarmos.


Temos que lembrar- porque isso fica implícito na sociedade de hoje- que somos humanos, que somos vulneráveis. Não vamos nunca ter controle do que acontece conosco, mas temos o poder de decidir o que a gente vai fazer em relação a isso, como já dizia o próprio Shakespeare.







"- Isso para por aqui. Comigo e com você. Isso termina com a gente."














domingo, 23 de abril de 2017

Aula Doze



Dia 17 de Abril de 2017

Oi pessoas

A aula de hoje já começou com as datas das nossas últimas provas e com um novo trabalho para o fim do semestre.

A história do trabalho rendeu. 

Cada aluno vai ter que apresentar um livro em sala de aula, e cada livro deverá estar inserido em um gênero literário e temos que fazer algum tipo de relação entre eles. Sem contar na sinopse que vamos ter que postar aqui no blog.
Eu gostei do trabalho, mas ainda tenho dúvidas sobre o livro porque sou muito indecisa para escolher os dois que tenho em mente, de qualquer modo escolhi um, mas se pudesse falaria de dois.

Maaaas vou falar de It ends with us da Colleen Hoover que é de doer o coração de tão bom. Já conheço a autora (minha preferida) e já li todos os livros dela. Espero me sair bem.




Aula Onze



10 de Abril de 2017

Na aula de hoje assistimos ao filme "Snowden" e confesso que não sabia que o ator que interpretava o protagonista era o Joseph Gordon-Levitt (sou apaixonada<3) . 

                                                              

O filme é um relato verídico sobre um ex-funcionário da CIA que divulgou vários documento sigilosos a jornalistas sobre espionagem contra cidadãos comuns e lideranças internacionais.

Fiquei aqui pensando assim como trás o título do filme " Herói ou Traidor?"
Mas isso é de fato o que importa no filme? Esse é o "X" da questão?
Acho que não.


Hoje a gente vive numa loucura tecnológica e nem nos damos contas do que vemos ou fazemos na web e muito menos se tem alguém por trás sabendo cada passo que damos em ambiente virtual.

Pois é , muitos assuntos interessantes que nos aguçam a curiosidade para pensar sobre.

domingo, 9 de abril de 2017

Aula Dez

 

3 de Abril de 2017


Oi pessoal, hoje tive a impressão que a aula voou e olhe que saímos no horário de sempre. 

Cibercultura

Hoje tocamos em um ponto muito importante na aula- a cibercultura.






Vivemos em um mundo globalizado onde todos estão conectados em seu smartphone, não há pessoa que não troque mensagens instantâneas ou não curta e compartilhe algo em redes socias. Os que não utilizam o recursos são poucos e a tendência é diminuir cada vez mais. O que interessa não é a constante utilização de tal meio, mas para quê se está sendo utilizada . O que as pessoas tanto fazem e olham em seus celulares? Algo produtivo ou improdutivo?

E de que maneira isso afeta o professor e o aluno em sala  de aula? Será que interfere na hora do estudo? Pois é são muitos questionamentos. De fato há pontos negativos e positivos com questionamentos que não irão cessar de modo algum. Já que a tendência é aumentar cada vez mais a utilização desses aparelhos.


Na próxima aula será passado o filme SNOWDEN que eu ainda não assisti, mas já ouvi- por alto- a a história.

Na roda de conversa apresentaram-se duas pessoas cujos ambos livros já tinha lido e gostado bastante.

domingo, 2 de abril de 2017

Aula Nove



27 de Março de 2017



28 de Maço de 2017



Olá, olá, hoje foi o tão esperado dia, o dia de apresentar a narrativa digital em sala de aula. Meu grupo era formado por: Gabriel, Thayse e Sam. Fizemos um tipo de versão 2.0 do conto "As mil e uma noites" e adaptamos para o contexto da sala de aula, ficou bem interessante.

Depois de todos os grupos terem apresentado suas narrativas a professora entregou nossas provas que foi realizada na aula passada.

A roda de conversa foi rápida e mesmo com a iniciativa desse projeto ainda acho que alguns não encontraram livros que os agradassem de verdade o que torna a leitura massante.É nítido quando isso ocorre e compreendo o porquê disso ocorrer já que muitos não têm o hábito da leitura. Começar algo novo- na maioria das vezes- é difícil, mas acredito que tudo seja uma questão de hábitos e ao decorrer do curso possamos mudar esse quadro. 

Narrativa digital


Essa foi a narrativa digital realizada pelo meu grupo e que apresentamos na aula do dia 27 de março de 2017 tendo como uma base o conto " As mil e uma noites" , mas adaptado nos dias atuais e em um contexto escolar.
Espero que gostem.

 













domingo, 19 de março de 2017

Aula Sete



6 de Março de 2017

Na aula de hoje vimos a relação texto-imagem quando eles são complementares ou independentes. Achei muito interessante porque é algo que vemos hoje a todo momento, nos jornais, revistas e até em livros. Isso tudo é pensado minimamente, tem toda uma estratégia, ninguém joga uma foto numa matéria por acaso, tudo aquilo foi pensado para fazer com que o leitor reflita ou talvez, quem sabe seja persuadido a comprar uma ideia implícita na tal foto.

A aula foi mais curta, mas a roda de conversa se manteve presente e o pessoal pode apresentar mais alguns livros com trechos interessantes.

Próxima semana tem prova e já estou estudando, sem contar com a narrativa do vídeo que já está se encaminhando.



Afinal, o que importa é tentar.

Aula Seis


27 de Fevereiro de 2017




Olá, olá, hoje nossa aula foi um pouco diferente, vemos no auditório da FALE o documentário "Janelas da Alma" que foi algo que eu, como espectador, não estou acostumada a assistir. Mas pretendo  adicionar a minha lista de "coisas para rever" para poder compreender com calma o que eu não prestei atenção. Não vou poder deixar minha opinião sobre o conteúdo do documentário porque seria algo superficial e raso, por isso vou deixar o link aqui de uma resenha que vi sobre o mesmo e achei muito interessante.


 Assim como Antoine de Saint-Exupéry, o escritor de "O pequeno príncipe" e dono de uma das citações mais famosas de todos os tempos eu pergunto: o que seria enxergar? Por que meio realmente vemos? Como vemos o que vemos? São respostas essas que não poderei dar aqui, essas são umas daquelas perguntas que levam tempo e olho-no-olho para obter sua resposta, se posso assim dizer. Como tivemos na aula um questionamento sobre isso quero que todos que estão lendo agora pensem sobre isso.




Uma nova narrativa foi nos passada para fazermos nas próximas semanas, onde devemos conversar com alguém mais velho sobre suas histórias e afins. Escutar um pouco em vez de falar tanto.


Vou indo por hoje, mas deixo aqui mais uma pergunta que não é minha, porém acho pertinente perguntar e principalmente pensar. Faça essa pergunta a si mesmo e a forma como você vê os outros.








domingo, 5 de março de 2017

Aula Cinco

 20 de Fevereiro de 2017


Na aula de hoje o meu blog foi um dos escolhidos para que a professora lesse em sala e justo o diário da outra aula que eu tinha me empolgado e escrito quase uma bíblia. Percebo que não impresso minha opinião de modo crítico. Há o sim e o não e eu não faço nenhum dos dois, é como se construísse uma ponte onde você esta ao redor, mas não se direciona. 

A professora passou um trabalho, uma espécie de vídeo, em que os alunos vão ter que gravar "como foi a leitura no colégio". O que eu não gostei muito, acho que poderia ser algo mais abrangente até porque adoro esse tipo de atividade. Mas esse tema restringiu muito as coisas, e simplesmente detesto coisas meia-boca ou sem graça em que todo mundo fique entediado quando for ver. Sou um pouquinho perfeccionista nesse aspecto até porque já tive contanto com esse tipo de trabalho no Ensino Médio e sem querer me gabar, mas eles foram incríveis.

Apresentei meu livro na roda de conversa que foi tan tan tan tan O diário de Anne Frank. Esse livro marcou muito a minha vida em muitos aspectos e até escrevi sobre como me senti após terminá-lo. Talvez eu poste aqui. Talvez.

Descobri também que eu e Letycia, que também apresentou um livro na roda de conversa, temos um gosto literário parecido. Eu tenho muito feeling pra isso. Quando observo alguém já que livros fazem o tipo da pessoa. O livro que ela escolheu está no meu TOP 10 da vida eterna.

Semana que vem não vou ter essa aula por causa do carnaval. Mas na outra segunda já espero que eu e todos da sala já estejamos recuperados do feriado kkkkkk

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Aula Quatro



13 de Fevereiro de 2017


Quando começo a escrever esse diário é sempre uma queima de neurônios absurda. E sabe o porquê? Porque tudo parece ser muito simples na minha cabeça as palavras vem com a mesma facilidade de quando você escuta a sua música preferida e já sabe a letra de cor. 

Mas se vou para por aqui? Querida Kitty¹, sou tipo Rita Lee cantando "minha saúde não é de ferro não, mas meus nervos de aço" e por isso continuo seguindo.

Hoje eu me senti como se estivesse numa mostra de blogs na pinacoteca da reitoria. Já poderia até imaginar o título " Escritores no .com que se escondem na sala de aula". Quanto talento se esconde através daqueles rostos com sono. Nada mais a dizer. Se antes a proposta do blog não tinha ficado clara agora está cristalina. Que professora espertinha hein?! 

Então.

Intertextualidade. 

I N T E R T E X T U A L I D A D E
(substantivo feminino)

Que palavrinha poderosa. Não é  à toa que o texto que vimos hoje se chamava " Escrita e Intertextualidade". E também não foi à toa que lemos "As mil e uma noites" na aula passada.

Então deixe-me começar do início. Isso mesmo! Com pleonasmo e tudo.

"Qual foi o "X" de As mil e uma noites ? "

Essa foi a pergunta nos feita durante a aula pela professora.
O que queria Rubem Alves nos mostrar com todo aquele dramalhão? (Perceba meu sentimentalismo aqui.)

Eu, você, acho que todo mundo - pra falar a verdade- se vê em um mundo onde há muitas coisas importantíssimas para fazer. Estudar, estudar muito, trabalhar, trabalhar muito, arrumar um emprego, arrumar um emprego bom, ser promovido, ganhar dinheiro, juntar dinheiro, comprar uma casa, ter um plano de saúde. Isso são exemplos. Exemplos reais do que a maioria está em busca. Essa é nossa sociedade nos pedindo sempre mais. Nos pedindo nosso máximo. Nosso melhor.

Em algum exemplo que dei mencionei a palavra amor ? Poderia ter citado casamento, mas casamento seria o sinônimo de amor ou seria uma nova classificação de status social para a palavra amor?

E o que isso teria ver com o texto de Rubem Alves, afinal?

O que o sultão tanto procurava com esposa atrás de esposa? 

Ele procurava algo que estava no meu olho e não vi. Ele procurava o amor eterno. 

Vamos adaptar esse contexto social...Pense na pessoa que está do seu lado, a sua frente ou atras de você, pense que a coisa que ela mais quer na vida dela não é um trabalho bom, uma promoção ou rios de dinheiro. A pessoa que está aí pertinho de você quer um amor eterno.  Quer um "Eu te amarei eternamente e um dia depois".

"Que babaquice!" Você pensaria.

De tudo do mundo que posso ter qual a razão me levaria a optar por um amor eterno?

No meio em que vivo tenho o direito a um amor eterno?

Andrea falou da era medieval, do iluminismo e do paradigma pós-moderno. Mas onde nos encaixamos aí? Numa sociedade romântica como a que vivemos hoje teríamos tempo para o besterol-televisão?
Ou nosso individualismo falaria mais alto e apontaria a direção correta a se seguir? O que está na mesa realmente importa? É muito fácil olhar e perceber o que as pessoas dizem o que devemos ter, mas elas em momento nenhum entendem o que precisamos ter.

Precisamos disso? Preciso dar banho de água mineral no meu cachorro enquanto há pessoas morrendo de sede bem embaixo no meu nariz? 

Cheguei na questão.

Se você ainda não entendeu vou ser mais clara. Qual a importância/ Qual o valor disso tudo?

Essa busca desenfreada por dinheiro, o capitalismo nos vendendo a imagem  de compra, e onde ficam nossos valores, nossa moral, nossa ética?

Não estou dizendo que o comunismo é mil maravilhas e seria a melhor opção até porque não acredito nisso. Só acho que é uma questão muito maior do que direita ou esquerda. Do que Marx ou Olavo de Carvalho.

A aula de hoje foi antes de tudo uma reflexão. Uma reflexão sobre quem somos e por que fazemos o que fazemos.

O que acredito é mesmo bom? E bom pra quem?

O mundo precisa ser um reflexo do meu espelho?

Por fim, vou falar algo que nem tinha me tocado até então...Gabriel apresentou hoje na "roda de conversa" o livro O Retrato de Dorian Grey que fala sobre a busca do prazer pessoal e uma crítica transparente em relação ao "eu". E César falou sobre  Os Sertões que é baseado em fatos reais. Parando pra observar soa até engraçado quando você é e está no lado b. Na parte da grama que não é tão verde. Do lado que se opõe. Ou seja, a ovelha negra. E isso, as vezes, nem sempre é tão ruim assim.




NA( nota do autor) ¹: referência ao livro O diário de Anne Frank, toda vez que Anne escrevia em seus diários ela iniciava com "Querida Kitty" .

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Aula Três


6 de Fevereiro de 2017

É muito engraçado ver em sala de aula que ninguém quer ler seus diários de bordo ou narrativas. Alguns dizem que deixaram em casa, que já postaram no blog, que o rascunho está feio. Cada um usa as alternativas que possui para se livrar de falar em público, acho que no fim isso tudo é vergonha. Mas se a gente espreme bem sempre tem um corajoso disposto a falar ou compartilhar ideias. 

As narrativas daqueles guerreiros que se candidataram de bom grado a lerem em voz alta seus textos estão de parabéns , pois ficaram muito bons na minha humilde opinião. 

O fluxo da aula seguiu com a continuação do capítulo do livro que estávamos lendo na aula anterior e pudemos ver um pouco mais sobre a interação do meio digital em atividades corriqueiras da nossa rotina como ler um jornal em um tablet ou celular, por exemplo.

A professora leu a crônica As mil e uma noites e deixou no ar que um trabalhinho relacionado a ele com certeza iria rolar. É leitores, vem mais narrativas por aí. Nunca me imaginei escrevendo uma crônica, mas se for isso fico feliz e ansiosa. 

E por último e não menos importante os voluntários da aula do dia 30 que se disponibilizaram gentilmente para falarem de algum livro que tinham lido e simplesmente fizeram igual Nemo e sumiram.  Para não ser injusta, teve um carinha lá, o Demis, lembrei o nome, apresentou seu livro. O único. 

Já escolhi meu livro, mas é segredo. Quando apresentar eu conto.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Que tipo de leitor a escola me formou?



Não posso negar que tive três professores tão apaixonados por literatura que transpiravam paixão quando se iniciava uma discussão com a palavra que começava com a letra  "L". 

Por isso irei dividir minha vida literária na escola em três fases:

Fase Um: Juventude água com açúcar

No sexto ano do fundamental quando eu tinha onze existiu uma febre chamada "Crepúsculo" e confesso sem ter vergonha nenhuma que eu fui uma adepta. Foi o meu primeiro livro "grande" a ser lido, bem, quase lido porque eu não passei do capítulo 17 (que chatice!). Aí disse para o meu professor que não conseguia acabar o dito cujo e na época ele tinha colocado em uma de suas provas um texto de Dom Casmurro e eu tinha amado, como boa pessoa que era, ele me emprestou o livro, mas eu tinha onze anos e não entendia metade das palavras escritas. Então foi aí que ele me deu Romeu e Julieta numa versão simplificada e eu amei. Mas a questão com esse professor é que ele falava dos livros que lia com tanta emoção que eu queria me sentir assim também. 

Fase Dois: Sentimentos em caixa alta

A professora citada a seguir merece uma dedicatória porque não se trata de uma professora que me ensinou as escolas literárias ou quem foi o Padre José de Anchieta grande ativo no Quinhentismo. Essa pessoa maravilhosa se tornou minha amiga de onde compartilhamos muitas histórias. Uma vez iniciamos uma conversa sobre "O diário de Anne Frank" e como nos sentíamos tão próximas dos pensamentos que ela escrevia em seus diários, principalmente em relação a nossa família. Depois veio Clarice Lispector com o livro "Felicidade Clandestina" que eu talvez - só talvez- tenha pego dela. Muitos livros se seguiram daí e um deles foi "Senhora" que eu amei. Essa professora falava de Madame Bovary, IvanHoe, Ana Karenina, O Ateneu etc. 


Fase Três: Devaneios nas entrelinhas

O último e não menos importante foi aquele professor que me fez sair da minha zona de conforto, que me desafiava a ler o que eu não conhecia, me mostrou o outro lado.
Em uma de suas aulas ele levou os dez livros preferidos dele e nos mandou que fizéssemos o mesmo e apresentassemos os nossos livros para a turma. Lembro também dele ter passado no colégio o filme "O grande Gatsby" que chamou atenção de todos os quarenta e cinco alunos e depois sorteou um exemplar para cada turma que ele tinha passado o filme. Infelizmente não fui a sorteada, mas depois acabei comprando o livro.  Só que esses não foram os únicos que me fizeram pensar e perguntar "O quê que é isso?" Eu lembro que eu me recusava a ler "Revolução dos bichos" ou "1984" mesmo com ele dizendo que eu tinha que  ler. Comecei a ler "Lolita" e até fiz um trabalho sobre ele. 


Pois é, a vida foi boa comigo. Tive outros professores muito bons também, mas esses três foram os que sem dúvida me marcaram mais. Não passei no colégio vendo apenas livros clássicos da literatura brasileira de modo mecanizado para alguma prova ou com um fim parecido. Li livros por prazer. Livros esses que foram-me indicados pelos meus professores.

Sempre gostei de ler e por isso tenha sido mais fácil para mim me interessar pelas aulas e ter feito amizade com todos. Mas o trabalho deles foi obra individual passada para mim com muito carinho. 

Sei que a realidade de muitas outras pessoas são e foram diferente da minha, mas o futuro pode ser mudado e escrito por cada um de nós. Um mundo com mais liberdade e menos mecanização.

Aula Dois


30 de Janeiro de 2017

Hoje em sala de aula discutimos sobre o primeiro capítulo do livro " Das tábuas da lei à tela do computador - A leitura em seus discursos ". Eu já tinha lido o texto em casa e achei que seria mais fácil acompanhar a explicação da professora, o que de fato foi. No entanto, quando ela começou a desmembrar o texto e apontar detalhe por detalhe do que contia os parágrafos percebi que não tinha entendido muita coisa quando o li. Acho que isso é normal e com o hábito da leitura de tais textos eu consiga ter uma visão mais ampla  não só com livros desse gênero, mas com todos num geral. Na próxima aula quatros alunos irão apresentar para a turma um livro que cada um tenha lido. Não tenho dúvidas que vai ser interessante. Estou curiosa pelo gosto literário do pessoal da turma. 



Ah, quase ia me esquecendo que alguns alunos leram seus textos  "que tipo de leitor a escola me formou". Não li o meu porque os dos meninos que apresentaram eram muito bons e digamos que o meu não estava lá essas coisas, por isso optei pelo silêncio, pois é, terei que refazer o meu para que fique no mínimo apresentável. Mas de certeza já sei de uma coisa : minha realidade de leitura no colégio com as dos três que apresentaram foram bem distintas.