domingo, 30 de abril de 2017

Resenha: It ends with us




RESENHA: It ends with us






Título: It ends with us
Autor: Colleen Hoover
Páginas: 384
Ano: 2016



Uma grande parte de mim está se arrependendo nesse exato momento por ter escolhido esse livro. Uma grande parte de mim diz que isso é um erro. Uma grande parte de mim sabe que vou chorar escrevendo. Uma grande parte de mim não dá a mínima para isso.

Quando se fala de Colleen Hoover não me importo nem de saber o nome da obra, apenas penso "quero". Eu já estava com esse livro desde o final do ano passado, mas me recusava a lê-lo, porque já tinha tido minha dose de ressacas literárias para uma vida em 2016. Hoover mora no Texas (EUA) com o marido e os três filhos. Sua história por si só já dava um livro, de certa forma deu: It ends with us é seu mais recente trabalho e, segundo a autora, o mais difícil de escrever. 


Prometi a mim mesma que de Janeiro não passaria e bom...Aqui está o resultado: depois de meses me negando até mesmo a pronunciar o nome desse livro, eu precisava escrever sobre ele; precisava extravasar todos os sentimentos que me deixaram desesperada.


It ends with us não era absolutamente nada do que estava esperando até porque eu não sabia muito sobre, não tinha lido a sinopse e, pela primeira vez, consegui me segurar e não pegar nenhum spoiler. Comecei a ler esse livro às cegas.


Nesse livro, temos três grandes personagens: Lily, Rely e Atlas. Não é um livro de romance ou um triângulo amoroso. É um livro sobre dor, sobre a dor alheia e sobre quando a dor do outro; a realidade do outro passa a ser nossa. 

Sabe quando dizemos que nunca vamos passar por certos tipos de situações em nossas vidas? Nós até juramos "eu nunca deixaria isso acontecer" e quantas dessas tantas promessas foram quebradas?

De resenhas sem spoiler a internet está cheia, então, se não quiser saber mais nada a respeito, feche a página e procure outra coisa para fazer, porque a partir de agora eu vou contar o que nenhum outro blog até então contou.

Lily passou toda a sua infância tendo que ver sua mãe sendo agredida pelo próprio pai, o prefeito da cidade em que morava. O homem que devia protegê-la, que devia ser seu exemplo, era, no entanto, o homem que ela mais temia.

O livro começa em um dia muito propício: o dia do funeral do pai de Lily, e quando subiu ao palanque para falar de todas as coisas graciosas que o melhor prefeito já tinha feito pela cidade ela apenas deu um passo para trás e sentou-se.

Isso me faz lembrar uma música chamada Daughters do músico norte-americano John Mayer. Em um dos versos da canção ele diz:

"Agora ela está perdida
limpando a bagunça que ele deixou."

E é exatamente assim que ela se sente e o pior de tudo é quando a própria pessoa não consegue perceber isso, quando ela tenta levar a vida com todas as cicatrizes abertas, expostas e não nota o caminho que está tomando.


Não pense que tudo isso acontece de forma rápida e que já vamos adivinhar o final da história nos primeiros cinco capítulos, porque não vamos. Esse livro é lento para mostrar para que veio, para que foi escrito, para fazer sentido para o leitor.


A escrita da autora é simplesmente sensacional. Não tem como questionar isso, se tem alguém que tem o dom com palavras esse alguém é Colleen Hoover, a maestria com que ela apresenta os fatos é de tirar o fôlego.

Assim como em Garota Exemplar que está  resenhado no blog Books & Stuffs do meu amigo Gabriel temos críticas severas a sociedade e principalmente a nós mesmo que nos julgamos ditadores de opiniões absolutas, que sempre achamos ter certeza de tudo. It ends with us foi um baque, foi um "tapa na minha cara".


It ends with us em tradução livre de "Isso termina com a gente" infelizmente ainda não chegou ao Brasil.

 Um livro sensível que nos  mostra um relato de dor e sofrimento principalmente para as mulheres. Por isso, todas as mulheres deveriam ler esse livro.  Já li essa frase em tantas resenhas que já se tornou uma espécie de regra colocá-la. 

"Toda noite eu choro antes de dormir sussurrando para mim, " Só continue a nadar". Mas é extramente difícil nadar quando você sente que está ancorada na água."

Por último e não menos importante recomendo a todos os leitores que não percam a nota que a autora escreveu no final do livro, pois assim a última peça do quebra-cabeças fará todo sentido. Teremos montado um com mil peças. Uma obra-prima para contemplarmos.


Temos que lembrar- porque isso fica implícito na sociedade de hoje- que somos humanos, que somos vulneráveis. Não vamos nunca ter controle do que acontece conosco, mas temos o poder de decidir o que a gente vai fazer em relação a isso, como já dizia o próprio Shakespeare.







"- Isso para por aqui. Comigo e com você. Isso termina com a gente."














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